jump to navigation

Nodar, aldea e residencias artísticas

17 de Febreiro 2009 - Enviado por Folque a: Novas
Trackback

nodar

Nodar. Pequena aldeia do norte do Concelho de S. Pedro do Sul, próximo da fronteira com os concelhos de Castro Daire e Arouca e situada no vale do rio Paiva, ladeado por dois dos mais altos maciços montanhosos de Portugal, o maciço da Gralheira/Arada e a Serra do Montemuro.

Podemos dizer que essa aparência de lugar enclausurado entre montanhas é uma das forças. A forte energia que emana da paisagem é uma característica que é sentida por muitos dos seus visitantes. Em Nodar, paradoxalmente, não há espaço para o isolamento.

Como grande parte do espaço rural português, Nodar vive actualmente um processo de ruptura entre um passado de séculos em que a ocupação do espaço e os laços sociais ocorriam através de um lento fluxo geracional, dentro de um contexto de cultura agrária de subsistência, economicamente pobre mas muito rica culturalmente, e um presente de abandono humano e agrícola, de lenta desagregação dos intricados laços ancestrais existentes entre os habitantes e o espaço por eles ocupado.

Não obstante, dada a posição geográfica particular de Nodar e certas características de organização social dos seus habitantes, assiste-se na aldeia à prevalência de um forte espírito comunitário aliado a um interesse genuíno em manter vivos hábitos de trabalho ancestrais, rituais associados aos ciclos agrícolas, memórias de histórias e lendas locais, etc..

A Associação Cultural de Nodar (visita a súa web) é uma organização comunitária que promove o desenvolvimento sócio-cultural de Nodar e das aldeias vizinhas (Sequeiros, Ameixiosa, Covas do Rio, Parada de Ester, Meã, etc.), através de um trabalho sistemático de recolha documental (fauna, flora, saberes e tradições, canções, histórias e lendas), de acções pedagógicas dirigidas a crianças e jovens e através do Centro de Residências Artísticas de Nodar, um espaço inaugurado em 2006 onde convidamos anualmente artistas (na maioria dos casos, estrangeiros), para desenvolverem projectos artísticos (nas áreas do vídeo, do som e da performance) em interligação com a comunidade, seguidos de apresentações públicas em Nodar e em aldeias vizinhas.

Os artistas que chegarem a Nodar entrarão num espaço social rico mas delicado. Um certo tipo de sensibilidade é pois convocada. Que lugar existe hoje para lugares como este? Até quando e como podem subsistir? Qual a sua capacidade de transformação e regeneração? Como se pode ganhar a batalha contra a usurpação destes lugares? São estas algumas das perguntas a que tentamos diariamente responder em conjunto com os nossos convidados.

Comentarios

Comentarios fechados